Imprevisível

Sem repetições por favor. Sem aquele hábito 'normal' de ser feliz por um tempo, dizer adeus e depois ser um para o outro um desconhecido. Sem aquele cronograma de acontecimentos, de hábitos, de intimidades. Sem datas previstas, sem falas esperadas nos lugares óbvios. Sem o clichê, 'amor perfeito', por favor.

Pela primeira vez eu rasguei mentalmente meu cronograma de acontecimentos e planos. Te ouvi. Decidi viver um dia de cada vez, esperando por um amanhã imprevisível. Pela primeira vez eu desejei viver tudo, menos o clichê. Resolvi sorrir, brincar, estar, ser, fazer, viver, abraçar, cantar, de modos diferentes, com gostos desconhecidos. Talvez pra fugir de mim mesma, mas descobrir um 'eu' que só encontre com você.

Reparei que consigo fazer os outros rirem um pouco mais quando falo, e a culpa é sua. Me cativou e me ensinou esse teu jeito bobo e espontâneo de alegrar. Me ensinou esse seu drama, mas ainda me arranca um sorriso com gargalhada, dessa sua atuação dramatúrgica de Hollywood. Reparei que te admiro e fico admirando teus detalhes. Reparei que te reparo.

Como é lindo e doce o seu olhar me encarando, esperando o semáforo ficar verde. Descobri que você fica de mau humor depois de escovar os dentes, e será que a solução seria uma torneira com água morna? Como é bom quando você me puxa pelo braço e me lasca um beijo suave, que contrasta com sua intensidade. Não consigo saber o que você pensa, o que você quer, ou o que você fará em 3 seg. É a melhor coisa não conseguir planejar na minha mente como será nosso dia e receber de surpresa uma tarde leve e linda. E pela primeira vez eu gosto da imprevisibilidade, da espontaneidade.

Ou será que na verdade eu gosto do seu abraço espontâneo e das suas bobeiras imprevisíveis?!

É... me sinto leve com você. Concluo.