Encaixe

Ansiosa esperava o reencontro. Em meio a chuvisco e frio, o pensamento era no sorriso que deixou saudade, e no abraço que não lhe protegia há uma semana, que parecia mais uma eternidade, que se prolongava na espera. Mas interrompida ao avista-lo chegando, estacionando de qualquer jeito, ela caminhou, e sorriu quando ele saiu para lhe abraçar e rodopiar, fazendo-a apertar os olhos para gravar no coração a sensação de abrigo, de calor, de proteção, de paixão.
Eram contraste, em termos, mas em tudo eram encaixe. Ele tinha muitas pintinhas, ela quase nenhuma, ele era loiro, ela não tinha uma cor definida nos cabelos, ele era engraçado, ela recatada, ele ria alto, ela nem barulho fazia, ele a fazia rir, ela só o fazia rir quando sorria. Eles eram e são parecidos, e até lavar a pia da cozinha quando terminava com as louças os dois faziam. Mas era no abraço que mais se encaixavam, que nem metade e laranja, ovo e marmita, tijolo e construção, queijo e goiabada, suco de graviola e macarrão, preto e branco, vermelho e preto, conchinha e edredom, frio e abraço. 
Eles se encaixavam, e era só disso que ela tinha certeza, assim como tinha certeza do que sentia e do quanto o queria ao seu lado... todos os dias.

Um comentário:

  1. A paixão está passeando por aqui né Carol? Adorei o texto, é realmente assim que nos sentimentos quando estamos ao lado de quem a gente ama. Né?

    Beijos querida, ótimo fds. ;*

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Textos com autoria de Carolina Rosseto. Se copiar, copia a autoria.
Layout base por Difluir e modificado por Isabella Ramos