Caixotinho

É a doçura da lembrança que me faz sorrir de saudade de você, contrariando a áurea em torno da palavra que pra muitos traz lágrimas. Na saudade, encontro sorrisos, nossos, e uma alegria ao sentir vontade de lhe abraçar, da maneira mais doce e sutil, sem complicação ou medo. As vezes, quase sempre, contradigo e contrario meu coração ao usar a razão, somando a cada dia sentimentos que em minutos tento subtrair, não tendo sucesso. Confirmando que minha confusa cabecinha está ligada no coração e não o inverso. Esse 'tum tum' dentro de mim pregou-me uma peça, fingindo nem se quer existir, mas armazenando uns brilhinhos que aos poucos saem de dentro do caixotinho, que eu achava estar trancado, bem perto do pulmão. De repente aparece um brilhinho, num sorriso que ilumina o mundo quando te escuto me chamar de Pequena. Dai, aparece um brilho que ninguém vê, mas a gente sente. Sai do caixotinho-coração, passa pelo estomago junto de borboletas, formiga os dedos da mão, o joelho, o pé e de repente: zum! Explode nos olhos, e inevitavelmente, enxergam os fogos de artifício colorindo minhas jabuticabas-vivas. E assim como na música, 'sutilmente te abraço', te amasso, te entrelaço em meus braços, cheia de saudades desse teu cheiro e teu sorriso bobo, que transformou o caixotinho outra vez em coração.